sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Liberdade em Assis 2.

Caçador de borboleta.

Certo dia acordamos inspirados, eu e a minha turma, começamos a correr atras das lindas borboletas, uma mais colorida que a outra, algumas com um azul brilhante fabulo, outras com desenhos multicoloridos, asas de formas diferentes, e a brincadeira era muito gostosa, pois levavamos vários dribles, e normalmente não pegavamos nada, mas o que valia era a brincadeira, pórem, eu não me satisfiz com a situação e procurei nas lixeiras um saco azul, peguei arame da cerca do galinheiro, e um galho de arvore e montei um objeto para caçar borboleta. Meus amigos ficaram encantados, pois eu pegava qualquer borboleta que queria, e dava para eles colocarem em vidros para serem observadas de perto.

Estava felicissímo, porém fomos convidados para ir para a escola, acredito que seja o pré-primário, mas eu não queria, pois estava brincando, ai me levaram na marra, soltaram as borboletas, e quebraram a minha ferramenta de caça. Fiquei doido, chorava, gritava, e mesmo assim, me jogaram para dentro da sala, onde outros meninos ficaram me olhando, e não entendiam porque eu gritava tanto. E como eu era muito marrento, joguei tudo da carteira no chão, e a professora, veio e me ralhou, e eu corri para tras do armário de materiais, quando derrepente baixou uma força, uma ira, e derrubei o armário, cairam potes, vidros, cadernos, tintas, lapis... foi uma bagunça geral, rapidamente chamaram as freiras, que me levaram para um quartinho, onde fiquei de castigo o dia inteiro preso, incomunicável, resando, só saindo a noite.

Guerra no Parque.

Como era da turma dos pequenos, nosso dia se resumia ao parquinho, onde passavamos o dia todo nos divertindo, e sempre que passava os meninos da rua beirando a cerca, nós chingavamos eles, e eles revidavam, e em pouco tempo começava a guerra no parque, onde os meninos da rua jogavam pedras, paus, torrões e eram revidados por nós, apesar do perigo, era algo muito excitante, ficavamos "brincando" por horas, normalmente acabava quando alguém estourava a cabeça, pois ver sangue mexia com todos, e iamos correndo socorre-los. E nesse momento os meninos da rua sumiam, pois falavamos que iamos chamar os "grandões".

Manga Verde.

Na epoca das mangas era uma delicia, pois subiamos nas mangueiras e comiamos manga avontade, e normalmente isso acontecia quando as mangas estavam verdes mesmo, lembro até ter perdido um dos dentes dando uma bela mordina numa manga rosa verde, era uma gozação só, que bom que era muito pequeno e o dente nasceu de novo. E uma das dicas que recebiamos das crianças maiores era comer manga verde com sal, o qual a gente tinha que ir pegar no curral, no comedouro das vagas. Era pura adrenalina, pois ficar alí perto da cerca, vendo uma baita carão da vaga, mastigando o sal, e tentar pegar um punhado sem ser mordido era muito louco !!! Os mais corajosos, ao pegar o punhado de sal, chamava seus amigos e dividia o sal em troca de algumas mangas. E comiamos muito.

Milho Assado.

Na epoca que o milharal pipocava de milhos, pegavamos delicosos milhos e faziamos uma enorme fogueira, com bastante lenha, e depois espetavamos nossos milhos em paus, e ficamos acompanhando eles assando, ou simplesmente jogavamos em um canto do fogo e esperavamos assar. Relembrando aquela época, percebo que minho assado, quase era um carvão de tão queimado que ficava, mas era realmente muito gostoso.

Brincar de pega-pega.

A brincadeira de pega-pega começava no parquinho e não tinha limite para terminar, pois começavamos a correr, e cada pessoa que era pega, tinha que ajudar a pegar, e normalmente os mais velozes corriam para lugares distantes, e a turma toda atras, eu era um desses velocistas mirins, dava excelentes olés na galera, entortava a turma, as vezes as brincadeiras acabavam porque alguem achou uma cobra ou um bicho qualquer.

Mata a cobra !!!

Quando aparecia uma cobra, a molecada corria atras de paus e pedras e iam para cima da cobra, ela paulada de todos os lados, o fantastico que era, um movinte de ataque e de fuga, num segundo todos estavam em cima do bicho, no outro era uma correria geral com medo dele. E quando ela se escondia debaixo de paus e pedras, virava uma caça, e nesse momento sempre tinha um engraçadinho que assustava quem estava distraido, tocando um galho na perna e gritando: OLHA A COBRA !!! E quando matavamos a cobra, desfilavamos ela espetada num pau por horas. Normalmente a cobra que mais matavamos era coral, toda colorida, preto, branca e vermelho.

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